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A feira, o acesso aberto e a democratização do conhecimento

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A rápida migração on-line das publicações científicas ocasionou um mercado altamente lucrativo para as grandes editoras, cujos custos são mantidos por bibliotecas e agências públicas ao redor do mundo.

O resultado é que a maioria da pesquisa produzida no mundo ainda é acessível a poucos, enquanto a lógica de mercado guia as práticas das grandes corporações editoriais. A necessidade de democratizar cada vez mais o acesso ao conhecimento tem gerado iniciativas que vão na contramão desse processo, como a adesão crescente ao modelo de acesso aberto (Blog da Folha de S. Paulo).

A pandemia de covid-19 acelerou ainda mais esse movimento, e várias iniciativas foram desenvolvidas com o objetivo de disseminar rapidamente informações epidemiológicas e biológicas sobre a doença (RDBCI).

Fato é que, no caso dos livros em acesso aberto, os números são promissores: eles são baixados sete vezes mais, citados 50% mais e mencionados on-line dez vezes mais (SciELO em Perspectiva).

Outro ponto importante é a própria natureza das editoras científicas, que, pelo menos no Brasil, são em sua maioria vinculadas a instituições públicas de ensino e pesquisa. Dessa forma, não visam ao lucro a partir da comercialização e têm suas publicações, assim como as pesquisas que as deram origem, financiadas com recursos públicos (Jornal da USP).

Ao planejar esta 1ª Feira do livro de acesso aberto, pudemos constatar a riqueza, qualidade e variedade dos catálogos em acesso aberto das editoras universitárias, os quais, em nossa opinião, têm potencial para uma maior visibilidade. Seja em função das restrições orçamentárias ou do próprio distanciamento da academia em relação à sociedade, o fato é que precisamos democratizar ainda mais o acesso a esse rico material produzido por nossos pesquisadores. E a feira, esperamos que na primeira de muitas edições, junta-se a tantas outras importantes iniciativas nesse sentido.

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