Rod. Papa João Paulo II 4143
Serra Verde BH - MG
CEP: 31630-902
Ed. Minas - 8º andar
Tel 31 3916-9080
Rod. Papa João Paulo II 4143
Serra Verde BH - MG
CEP: 31630-902
Ed. Minas - 8º andar
Tel(31)3916-9080
Por Desirée Suzuki*
Uma das referências mais icônicas ao se pensar sobre a educação tradicional é o videoclipe “Another Brick in the Wall”, da banda de rock britânica Pink Floyd. Ao longo das cenas observamos um professor autoritário, punitivo e que utiliza uma metodologia de ensino rígida e de mão única, em que ele transmite o conteúdo e exige que os alunos permaneçam passivos, absorvam as informações e aprendam rapidamente.
Em contraposição a essa abordagem que emprega o poder e a superioridade sobre o estudante, apresenta-se, por exemplo, o conceito de educação libertadora de Paulo Freire, um grande expoente da educação brasileira. Crítico ao discurso da “transferência do conhecimento”, como se o professor pudesse inserir magicamente o conteúdo nas mentes dos estudantes por meio da memorização e da repetição, Freire defende a liberdade de questionamento e o estímulo à curiosidade como possibilidades de construção do saber.
Essa abordagem de educação se alinha ao que ficou conhecido como “Metodologias Ativas”, que consistem em estratégias didáticas que inserem o estudante como protagonista no centro do processo de ensino-aprendizagem e pressupõem o desenvolvimento do pensamento crítico e da conscientização, além de uma postura ativa, prática e questionadora.
Seus objetivos também pretendem tornar o processo de ensino-aprendizagem mais autônomo, dinâmico, prático e eficiente por meio do engajamento e interação ativa dos estudantes com o conteúdo, com os docentes e entre os seus pares.
No livro recém-lançado pela EdUEMG, Formação de profissionais de enfermagem: uma reflexão sobre metodologias de ensino e aprendizagem, a autora Juliana Pimentel contrapõe o uso da didática tradicional às novas abordagens de ensino-aprendizado no ensino superior. Após a realização e análise de uma série de entrevistas com docentes e discentes de um curso de enfermagem, Pimentel discute a necessidade de utilização de Metodologias Ativas para a integração do conteúdo teórico com a prática profissional, a fim de uma formação mais contextualizada e humana.
Pensando nisso, a autora dedica um capítulo à apresentação e discussão de diferentes Metodologias Ativas que podem ser trabalhadas pelos docentes, como a Aprendizagem Baseada em Problemas, os Modelos híbridos disruptivos e a Sala de Aula Invertida, entre outros.
A Aprendizagem Baseada em Problemas consiste em apresentar situações adversas aos estudantes para que eles possam pesquisar e discutir sobre o tema, a fim de propor soluções práticas. Esta tarefa insere o aluno no centro do processo de aprendizado e o professor atua como um facilitador, que auxilia no estímulo à pesquisa e discussões, no desenvolvimento do pensamento crítico e na preparação para o enfrentamento de desafios contemporâneos.
Os Modelos híbridos disruptivos rompem não só com a abordagem tradicional de ensino, como, também, com o ambiente da sala de aula, ao permitir que o aprendizado de cada estudante ocorra de maneira personalizada, mesclando ensino presencial e virtual. Com isso se promove uma maior flexibilidade, conforme a disponibilidade de horários, dificuldades e ritmo de estudo, contanto que seja traçada uma trilha do conhecimento, com cronogramas pré-estabelecidos e o aluno desenvolva todas as atividades propostas durante o percurso.
Por sua vez, a Sala de Aula Invertida altera a lógica tradicional de aprendizado. Nesse modelo, os alunos têm o primeiro contato com o conteúdo teórico fora da sala de aula, por meio de videoaulas, leituras ou atividades on-line. Durante as aulas presenciais, o tempo é dedicado a atividades práticas, discussões e esclarecimento de dúvidas, de forma que o aprendizado seja mais ativo e colaborativo.
Você já conhecia as Metodologias Ativas? Faz o uso delas em sala ou se lembra de algum professor que aplicou algumas dessas estratégias pedagógicas em uma disciplina que cursou? Se tem curiosidade para saber como aprimorar o processo de ensino-aprendizagem em diferentes contextos, confira a última publicação da EdUEMG e entenda como as aulas podem se tornar mais agradáveis e significativas para os estudantes, seja no curso de enfermagem ou em outros cursos e níveis de ensino!
Acesse Formação de profissionais de enfermagem: uma reflexão sobre metodologias de ensino aprendizagem, disponível aqui.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004. 148p.
PIMENTEL, Juliana Stephanie Baina. Formação de profissionais de enfermagem: uma reflexão sobre metodologias de ensino e aprendizagem. Belo Horizonte: Editora UEMG, 2024. 132p.
*Desirée Suzuki é bolsista Fapemig da Editora UEMG, publicitária, mestra em Cultura e Comunicação, e estuda o discurso e as representações do envelhecimento nos media.
Por: Laura Costa Machado*
Em agosto de 2024, a Editora UEMG deu um grande passo para garantir que seus livros disponibilizados na plataforma SciELO Livros sejam o mais acessíveis possível. Agora, os livros em formato ePub contam com a descrição de todas as imagens, tabelas, gráficos e quadros apresentados em cada obra.
Com isso, as pessoas cegas e com baixa visão que fazem uso de leitores de tela e outras tecnologias assistivas podem usufruir, de forma igualitária, todo o conteúdo dos livros.
Por: Amanda Rabelo Chaves*
Segundo dados do Instituto DataSenado (2023), 3 em cada 10 mulheres já foram vítimas de violência doméstica. Nessa mesma pesquisa, 73% das mulheres entrevistadas acreditam que um dos fatores que levam as vítimas a não denunciarem esses crimes é o medo do agressor. O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2024), por sua vez, aponta que entre 2022 e 2023 houve um aumento de 6,5% nos casos de estupros no Brasil, com 83.988 casos registrados.
Esses dados, além de nos alertarem sobre a situação drástica de violência e desigualdade de gênero que existe no Brasil, nos fazem refletir sobre os casos que não são reportados. Afinal, relatórios como esses só podem ser elaborados com base em denúncias que se concretizam, mas, como o próprio Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirma no seu anuário (2024, p. 163) é “comum ouvir relatos de vítimas que se dirigem à delegacia de polícia para denunciar uma violência sexual e são desincentivadas pelos policiais a prestarem queixas”.
Por: Antônio de Andrade e Gabriella Noronha*
No Brasil, são as universidades, especialmente as públicas, as maiores responsáveis pelo incentivo e avanço da pesquisa. No processo de comunicação científica, elas também são importantes produtoras de publicações e, para isso, é comum que mantenham editoras próprias.
Especialmente nas humanidades, é valorizado que acadêmicos e pesquisadores publiquem os resultados de suas pesquisas em formato de livros, que podem ser organizados de diversas formas (monográficos, coletâneas, textos críticos, didáticos, antologias, livros de escrita criativa, obras publicadas como parte da prática artística, performances etc.), embora artigos em periódicos também sejam importantes nessas disciplinas.
Por: Amanda Tolomelli Brescia*
A chamada “avaliação por pares”, que também pode receber o nome de peer review, blind review, “avaliação às cegas” ou “duplo cego”, tornou-se comum na década de 1970 e é o processo de avaliação mais utilizado em periódicos científicos, resumos para anais de eventos e em análises de projetos em agências de fomento para concessão de recursos e/ou aprovação de realização de pesquisas científicas.
É importante ressaltar que o processo de avaliação de trabalhos, sejam eles artigos, resumos ou projetos, pode ser feito de maneira diferente da aqui apresentada. O processo que estamos tratando, especificamente, é a avaliação realizada por especialistas da mesma área de conhecimento do trabalho ou do projeto em avaliação e, por isso, é chamada de “pares”. Porém, essa avaliação não é necessariamente feita por dois avaliadores em cada projeto ou trabalho.
Para esse tipo de avaliação, o trabalho deve ser submetido sem nenhuma indicação de autoria ou informações autorais, a fim de que a análise seja realmente “às cegas”. Isso garante que se avalie o conteúdo daquele trabalho, independentemente da titulação dos autores, de sua formação/escolarização ou de influências nas instituições às quais são vinculados.