Por: Antônio de Andrade e Gabriella Noronha*
No Brasil, são as universidades, especialmente as públicas, as maiores responsáveis pelo incentivo e avanço da pesquisa. No processo de comunicação científica, elas também são importantes produtoras de publicações e, para isso, é comum que mantenham editoras próprias.
Especialmente nas humanidades, é valorizado que acadêmicos e pesquisadores publiquem os resultados de suas pesquisas em formato de livros, que podem ser organizados de diversas formas (monográficos, coletâneas, textos críticos, didáticos, antologias, livros de escrita criativa, obras publicadas como parte da prática artística, performances etc.), embora artigos em periódicos também sejam importantes nessas disciplinas.
As editoras universitárias exercem, portanto, uma função primordial na produção e disseminação de livros, que têm o objetivo de promover o debate sobre a ciência tanto entre pares quanto para um público mais amplo, que não necessariamente é estudioso daquele campo do conhecimento em particular. No país também é prática frequente que essas instituições disponibilizem gratuitamente ao público parte ou a integralidade de seu catálogo no formato digital.
Nesse sentido, os livros digitais de acesso aberto são uma das formas mais democráticas de publicação e socialização do conhecimento produzido nas nossas instituições de ensino e pesquisa. Por isso, podemos afirmar que as editoras universitárias atuam em consonância direta com o interesse público e se constituem como setores estratégicos para a disseminação do conhecimento.
Cabe ressaltar que essas publicações, no entanto, acabam ficando dispensadas em diversos repositórios, dificultando a sua "encontrabilidade" pelo leitor. Assim, iniciativas como a Feira do livro de acesso aberto, promovida pela Editora UEMG com o apoio da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU), são uma forma inovadora e fundamental de divulgar esses materiais que têm a qualidade de serem produzidos por pesquisadores das principais instituições de ensino e pesquisa do país, e que passam por um processo prévio de avaliação e validação científica.
Em sua primeira edição, realizada em outubro de 2023, a Feira do livro de acesso aberto reuniu 29 editoras universitárias de todas as regiões do Brasil, disponibilizando mais de 500 títulos para acesso e download gratuito.
Os preparativos para a segunda edição da feira já começaram e, com o sucesso da primeira edição, a expectativa é de contar com mais editoras e dar ainda mais destaque à produção acadêmica do país.
Se você tem interesse nesse assunto e deseja ter acesso a essa incrível biblioteca científica, você encontrará mais informações sobre a feira nas redes sociais e no blog da Editora UEMG. Acompanhe!
*Antônio de Andrade é revisor-chefe da Editora UEMG e atua também como colaborador da Livr_: Impressões, projeto de publicações independentes criado em 2021. Gabriella Noronha é coordenadora da Editora UEMG, doutoranda e mestra em Design, servidora de carreira do Estado de Minas Gerais desde 2008 e estuda as possibilidades de contribuição do design para a melhoria dos serviços públicos e com foco social.