Por Amanda Rabelo Chaves*
Criada em 2008 pela Scholarly Publishing and Academic Resources Coalition (SPARC), a International Open Access Week (OAWeek – ou Semana Internacional do Acesso Aberto) busca aumentar a conscientização sobre a importância de tornar a produção acadêmica e científica acessível a todos. Neste ano, ela ocorreu entre os dias 21 e 27 de outubro, com o tema “Comunidade acima da comercialização”, ressaltando a importância do acesso livre e equitativo ao conhecimento.
A iniciativa global convida editoras, autores, pesquisadores e leitores a repensarem o papel do conhecimento como um bem comum, para além de uma simples mercadoria. Assim, a Semana Internacional do Acesso Aberto é um importante momento para fortalecer a ideia de democratizar o saber, promovendo o acesso gratuito e aberto a livros e conteúdos digitais que contribuem para o desenvolvimento científico e cultural.
Na programação da OAWeek, universidades, bibliotecas, editoras e institutos de pesquisa promovem discussões e outras iniciativas para incentivar a prática de livre acesso às publicações científicas. Em 2024, a programação também contou com uma variedade de eventos, palestras e workshops, muitos deles on-line e gratuitos, organizados por instituições de diversos países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina e Portugal. Com isso, cria-se uma oportunidade única para que pesquisadores e instituições aprendam sobre os benefícios dessa prática, que incluem, entre outros, maior visibilidade, alcance global e impacto social do conhecimento científico.
Neste ano, iniciativas como o Public Knowledge Project (PKP) e a Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal (Redalyc) participaram da programação, promovendo políticas de acesso gratuito e infraestruturas colaborativas para facilitar a disseminação do conhecimento em escala global. Na programação da semana, vale destacar ainda a produção de artigos científicos sobre a relevância da publicação em acesso aberto e divulgação de recursos para pesquisadores, como um site criado pela editora universitária de Cambridge, especificamente dedicado a pesquisadores que procuram formas de publicar seus trabalhos.
Além disso, muitas instituições, como a Australian Open Access Strategy Group, a Open Access Peru e a Creative Commons, organizaram uma série de debates, seminários e webinars para educar e defender o acesso aberto para a comunidade de pesquisadores (SPARC, 2024).
Por mais que a programação da OAWeek tenha se encerrado no dia 27 de outubro, as ações da SPARC não param. A organização também trabalha para melhorar as práticas de publicações, reduzir custos de periódicos e promover modelos de publicação mais sustentáveis e acessíveis para todos, através de projetos como o Open Leadership Program. Ademais, a SPARC participa ativamente de campanhas para a reforma do copyright – com a iniciativa Author Rights – e da legislação sobre o compartilhamento de dados e informações científicas.
Alinhada a essa proposta, desde 2023 a Feira do livro de acesso aberto da Editora UEMG reforça o compromisso das editoras universitárias e científicas brasileiras com a democratização do conhecimento. A feira deste ano, que conta com 47 editoras de todo o Brasil, apresenta o tema “Conhecimento a um clique”, defendendo que o conhecimento deve ser uma ferramenta disponível para todos.
Então, aproveite para explorar, acessar e baixar gratuitamente centenas de obras disponíveis nesta edição da feira, que acontece até o dia 8 de novembro. Acesse o site editora.uemg.br/feira-do-livro e não perca essa chance!
Referência
SPARC. “Community over Commercialization” Theme Galvanizes Action for Second Year. Disponível aqui. Acesso em: 06 nov. 2024.
*Amanda Rabelo Chaves é estudante na Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG), onde estuda Tradução Português-Inglês desde 2022. É natural do estado de São Paulo, mas se mudou para Belo Horizonte em 2017 para estudar na PUC-MINAS, onde se formou em Relações Internacionais.
