Por: Amanda Rabelo Chaves*
Com a criação da internet em 1969 e o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, a publicação de livros atingiu um novo modelo de produção e divulgação que antes não era possível. A década de 1990 se destacou com a possibilidade de disponibilizar conteúdos digitais acessíveis de qualquer computador. Nesse mesmo período, tivemos o surgimento do formato PDF (sigla que significa “Portable Document Format”, isto é, Formato de Documento Portátil), que atualmente é o mais comum e utilizado nos livros de acesso aberto da Editora UEMG.
Nesse mundo cada vez mais digitalizado e conectado, o livro digital de acesso aberto representa uma mudança no acesso à informação, que antes era limitado a publicações impressas – normalmente pagas –, e permite que leitores, de qualquer lugar, acessem a produção de novos conhecimentos. Ao falarmos sobre conteúdo de acesso aberto, porém, temos que ir além da publicação on-line de artigos e revistas, sendo necessário que os livros também sejam disponibilizados de forma gratuita.
A gratuidade do conteúdo é um aspecto importante para garantir que o acesso à informação seja de fato ilimitado, uma vez que a comercialização impõe uma barreira entre o leitor e a ciência. Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias foi aferido que 66,2% das editoras universitárias filiadas à associação publicam títulos digitais em acesso aberto (ABEU, 2021).
Garantir o acesso gratuito à informação é também permitir que o conhecimento produzido no espaço acadêmico extrapole os muros da universidade e beneficie estudantes, profissionais e o público em geral, que podem usufruir de conteúdos de qualidade sem o ônus da barreira financeira. Nesse sentido, os livros digitais vêm ganhando um grande espaço no mercado editorial e, dessa maneira, ajudam a estimular a comunicação científica justamente por não impor limites aos leitores (Lima; Lemos, 2022).
Esses dados nos permitem observar como o desenvolvimento tecnológico possibilitou “uma nova forma de se produzir o livro” (Andrade; Araújo, 2021, p. 8), bem como uma nova forma de se compartilhar o conhecimento. Como Ferreira argumenta (2024, p. 5), a publicação em acesso aberto “permite que a sociedade que usufruirá desse ativo intelectual tenha a oportunidade de praticar sua cidadania, por meio de um acesso democrático e livre ao conhecimento, estreitando sua relação entre o que está sendo desenvolvido cientificamente, e aplicando os frutos gerados em suas demandas locais”.
A experiência da pandemia reforçou a importância do acesso livre e aberto ao conhecimento, tendo em vista que, na época, a procura pela vacina foi um fator crucial para alavancar o debate sobre o compartilhamento de dados de forma rápida e para que diversos países, como Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Suécia, concordassem em abrir o acesso a todas as pesquisas sobre o coronavírus (Ferreira, 2024). Como resultado, o conhecimento se tornou mais acessível e inclusivo, favorecendo o desenvolvimento e partilha dos resultados científicos.
Diante disso, fica evidente que a publicação em acesso aberto e gratuito é importante não só para a democratização mas também para o compartilhamento de conhecimento entre nações e culturas diversas, permitindo que a ciência supere barreiras econômicas e geográficas.
Então, não deixe de conferir o catálogo da Editora UEMG para encontrar pesquisas que estão disponíveis em acesso aberto, prontas para expandir seus conhecimentos de maneira gratuita: https://editora.uemg.br/catalogo.
Referências
ANDRADE, Roberia de Lourdes de Vasconcelos; ARAÚJO, Wagner Junqueira de. Livro digital nas editoras universitárias. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, v. 14, n. 3, 2021.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EDITORAS UNIVERSITÁRIAS (ABEU). Pesquisa ABEU 2021. Disponível em: https://abeu.org.br/documents/7/Pesquisa_ABEU_2021.pdf. Acesso em: 10 out. 2024.
FERREIRA, Maria Carolina Zanini. A Importância do Acesso Aberto em Tempos de Pandemia. Anais CIET: Horizonte, São Carlos, v. 5, n. 1, 2024. Disponível em: https://ciet.ufscar.br/submissao/index.php/ciet/article/view/1115. Acesso em: 10 out. 2024.
LIMA, Fernanda Lins de; LEMOS, Raysa Beatriz da Silva. Os e-books como uma ferramenta de comunicação e divulgação científica: o caso da EdUFAL. 29° Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, 2022.
*Amanda Rabelo Chaves é formada em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e atualmente é estudante na Universidade Federal de Minas Gerais (FALE/UFMG), onde estuda Tradução Português-Inglês desde 2022.