As noites do Ginásio – Teatro e tensões culturais na corte (1832-1868)

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TemaHistória; Artes

Editora da UNICAMP

Resumo: As noites do Ginásio toma o seu mote ao próprio Machado de Assis, homem de teatro, como quase todos os indivíduos com ambições literárias à época. Memoráveis seriam tais noites, em que o mesmo Machado de Assis, José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo, entre tantos outros, apostavam na consolidação de determinado conceito de dramaturgia nacional. A coadjuvar tais esforços estava o Conservatório Dramático, que havia mais de década buscava controlar a qualidade literária e o conteúdo das peças em cartaz. Tarefa difícil, essa de conciliar censura de costumes e crítica literária. A polícia passou logo a disputar ao Conservatório a prerrogativa de autorizar ou denegar a encenação de textos supostamente atentatórios à moralidade e às instituições do país. O Conservatório Dramático teve então existência atribulada. Grande parte dos censores passou a analisar mais o conteúdo das peças do que a sua qualidade literária, transformando a instituição em auxiliar da censura policial. O Conservatório não recebia recursos suficientes do governo imperial, seu diretor praticava atos de nepotismo, havia freqüentes querelas internas, atores e empresários teatrais ludibriavam censores e policiais. Para dificultar ainda mais a luta dos literatos para erigir a dramaturgia nacional que desejavam, havia o público, inconveniente com o qual não contavam. Gente impolida, que protestava contra aumento de ingressos, pateava durante os espetáculos, abandonava as peças realistas pedagógicas e sisudas para rir no entremez, no circo, nas revistas.

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